quarta-feira, 17 de setembro de 2025

🌠 Manifesto da minha alma 🌠

Dos 6 aos 12, fui prisioneira de um cĂĄrcere invisĂ­vel.

O silĂȘncio me sufocava, e o medo moldava meus dias.

Naquele tempo sombrio, a menina que eu era carregava culpas que nĂŁo lhe pertenciam.

Mas aos 12, o céu se abriu.

Uma estrela cadente riscou o dia em Esteio, e eu fiz meu pedido: ser escritora.

Naquele instante, sem saber, plantei no universo a semente da minha missĂŁo.


A vida, porém, não se fez leve.

Aos 23, mergulhei em um casamento onde o amor era abuso,

onde meu corpo nĂŁo era meu,

onde a mentira me fazia crer que eu era menos, suja, “puta”.

Para calar a dor, busquei refĂșgio no ĂĄlcool, no cigarro, atĂ© na cocaĂ­na.

NĂŁo era prazer — era sobrevivĂȘncia.

Aos 37, outro abismo: mais um abuso, e junto dele, o HIV.

Uma marca no corpo, uma ferida na alma.

Poderia ter sido o fim, mas foi um portal.

Ali, comecei a despertar.

Descobri que nĂŁo sou o rĂłtulo da violĂȘncia.

NĂŁo sou a culpa, nĂŁo sou a sujeira, nĂŁo sou o silĂȘncio.

Sou fogo, sou voz, sou escrita.

Sou aquela menina que pediu Ă s estrelas um destino maior.


Hoje, sei que cada cicatriz Ă© verbo.

Cada lĂĄgrima Ă© tinta.

Cada queda Ă© capĂ­tulo da minha histĂłria sagrada.

O fireball que corta o céu agora me lembra:

o ciclo se cumpre.

Sou escritora. Sou guia. Sou mulher livre.


E minha palavra nĂŁo Ă© sĂł minha.

Ela Ă© caminho. Ela Ă© cura.

Ela Ă© estrela que brilha para quem ainda caminha na noite escura.

🌌 Eu sou AndrĂ©a Morais,

e minha missĂŁo Ă© transformar dor em luz,

culpa em liberdade,

e silĂȘncio em voz.

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